Câmara de Ipatinga debate desafios da educação inclusiva e apresenta proposta de Plano Municipal

  • 25/11/2025

Câmara de Ipatinga debate desafios da educação inclusiva e apresenta proposta de Plano Municipal

A Câmara Municipal de Ipatinga sediou, na noite de terça-feira (24), uma Audiência Pública de alta relevância sobre "Educação Inclusiva e Transformadora". O evento,
convocado pelo vereador Matheus Braga — cuja motivação é a vivência com seu irmão atípico,
Miguel — reuniu a Secretaria de Educação, especialistas e familiares para traçar um panorama que,
segundo os críticos, está longe do ideal.

O objetivo central, segundo Braga, foi "fugir de disputas partidárias para construir uma política de Estado".
O parlamentar alertou: "Como que a gente vai falar de inclusão se a gente não dá para os professores,
para os profissionais, a condição de trabalho?", destacando o risco de sobrecarga e adoecimento dos servidores. 

O Peso da Sobrecarga e os Números da Rede

O debate demonstrou que a rede municipal enfrenta uma pressão crescente:

  • Matrículas: Ipatinga possui cerca de 22 mil alunos matriculados.
  • Laudos: 1.693 alunos possuem laudos médicos, um número que cresce exponencialmente.
  • Apoio: A rede dispõe de 37 Salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE) e
    493 assistentes de educação especial, número que a Secretaria planeja ampliar para 560 em 2026.

O vereador Avelino Cruz reforçou a crítica, apontando que a inclusão não se resume ao autismo e que é preciso aliviar
o "peso" que recai tanto sobre educadores quanto sobre as famílias, que sofrem com a carência de exames e terapias na rede de saúde.

Críticas Diretas: "Falsa Inclusão" e Bullying

O ponto alto do debate foi o diagnóstico da realidade em sala de aula, classificado como "falsa inclusão" por especialistas.

  • Daniel do Bem, psicólogo e vereador ativista, afirmou que a inclusão em Ipatinga muitas vezes é apenas uma "palavra bonita", enquanto a realidade envolve bullying e falta de estrutura.
  • Alessandra Reis, professora especialista em AEE, corroborou, alertando para a dificuldade de assistentes que precisam cuidar de até quatro crianças simultaneamente em salas superlotadas.

Os relatos de famílias trouxeram a dimensão humana do problema. Erli Machado, mãe de uma criança com Síndrome de Kabuki, diferenciou a presença física do aluno da sua real participação pedagógica:
"Infelizmente ele está inserido, não está incluso", citando a falta de adaptação de materiais.

Marcos Braga, pai do vereador proponente, narrou um episódio de contenção física inadequada que resultou em hematomas no filho,
evidenciando a urgência de treinamento profissional no manejo de crises.

O Caminho Proposto: Plano Municipal de Educação Inclusiva

Como resposta prática ao cenário, o vereador Matheus Braga apresentou a minuta de um Projeto de Lei que institui o Plano Municipal de Educação Inclusiva.

O texto, construído com o apoio de técnicos, foca em seis eixos estruturantes:

  1. Salas Estruturadas: Equipadas com recursos pedagógicos e tecnológicos.
  2. Plano de Ensino Individualizado (PEI): Garantindo metas personalizadas para cada aluno.
  3. Formação Continuada: Capacitação técnica baseada em evidências.
  4. Centro Municipal de Apoio: Equipe multiprofissional intersetorial.
  5. Valorização dos Assistentes: Planos de carreira e certificação.
  6. Saúde Mental: Suporte emocional para professores e familiares.

A minuta está aberta à consulta pública por meio de QR Code e deve iniciar a tramitação oficial em breve. "A proposta permite que a sociedade envie sugestões antes da tramitação oficial do projeto na Câmara”, concluiu Matheus Braga.


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